O pernambucano, de Iguaraci, Maciel Melo é um dos maiores incentivadores do forró pé-de-serra. Possui composições gravadas por estrelas nacionais como Zé Ramalho, Elba Ramalho, Dominguinhos e Fagner (que batizou um álbum de Caboclo Sonhador, sua composição mais conhecida), ou astros regionais, Flávio José, Novinho da Paraíba, Alcymar Monteiro. Antes do estouro De baiões e xotes no Sul Maravilha, ele havia planejado uma volta ao arrasta-pé tradicional, que aporta agora às lojas, com selo da Kuarup e título de Sina de Cantador. Quando Caboclo Sonhador e Que Nem Vem-Vem (a primeira com Flávio José e Fagner, a segunda com Elba Ramalho) pasaram a tocar sem parar nas FMs, ele foi contratado por Manoel Gurgel, dono da linha de montagem do forró cearense, cuja gravadora a SomZoom tem os passes de Mastruz Com Leite, Mel com Terra e várias outras bandas do tipo, mas não chegou a esquentar o lugar: "Foi uma experiência válida, deu pra pagar as contas, Gurgel queria que eu continuasse, só que minha música não se encaixa no estilo da gravadora". Só o Mastruz com Leite gravou quatro músicas suas, no CD Boi Zebu e as Formigas. Outra banda liderada por Gurgel, a Balaio de Gato, fez o primeiro disco tendo como carro-chefe uma composição de Maciel, Carinho e Cafuné, seu primeiro CD, Alegria de Nós Dois, saiu pela SomZoom. Apesar do reconhecimento ao empresário, Maciel Melo, com seu jeito e falar tranquilos de sertanejo, não vê com bons olhos as bandas cearenses: "Foi uma coisa que lascou o pessoal que faz forró, e pra mim aquilo nem é forró”. A trajetória de Maciel Melo tem sido uma retomada de suas influências no sertão do Pajeú. No início da carreira, em Petrolina, ele tocava em banda de baile, pilotando num teclado os sucessos do momento. Seu Lp de estréia, Desafio das Léguas, de 88, girava na rota da cantoria, com direito às participações especiais de Vital Farias, Xangai, Décio Marques.
Nos discos seguintes (sem contar o da SomZoom), contratado pela Velas, ele assumiu o forró em Janelas (a faixa título é uma parceria com Anchieta Dali), de 96. No próximo, Retinas, de 97, mostrou facetas mais urbanas de sua obra: "Quando vi que a gravadora não ia lançar o CD a tempo para São João, tava dando prioridade ao de Dominguinhos, com músicas de Luiz Gonzaga, eu decidi incluir coisas minhas que não teriam muita chance de serem gravadas, frevos, outros estilos". Sina de Cantador tem repertório formado basicamente por xotes à moda antiga, intercalado por uma toada em que homenageia sua cidade natal, e um choro, gênero esquecido pelos forrozeiros, mas que sempre esteve presente em trabalhos de gente como Abdias ou Jackson do Pandeiro, só que um choro de sotaque nordestino, costurado por um oito-baixos.
No próximo CD, Feira de Sonhos, (que saiu independente, com patrocínio da Telpe), Maciel Melo voltou à música de sua infância, inicialmente apreendida nos acordes do sanfoneiro Heleno Louro, seu pai: "Vou fazer um trabalho acústico, ainda mais pé-de-serra, sem nada de teclado, guitarra, na base da sanfona, violão, cavaquinho, rabeca. É a vantagem de não estar ligado a uma grande gravadora, onde os caras dizem o que interessa ou não a eles". Como exemplo, Maciel Melo cita o novo CD de Elba Ramalho, para quem enviou quatro composições, mas ela só teve direito a incluir uma, ou o recém-lançado Nas Costas do Brasil, de Dominguinhos; "Eu fiz uma música especialmente para ele, mas a Velas queria fazer um disco com seus sucessos, e acabei sobrando."
Quando a TV Jornal decidiu por no ar um programa dedicado ao forró, o Pé-de Serra, fez o convite a Maciel Melo. Sem tempo de ocupar-se com mais uma atividade, ele indicou o poeta sertanejo Zeto. Quatro anos depois, ele ficou à frente do Pé-de-Serra: "É uma experiência diferente, no começo senti um pouco de dificuldades, mas já tô desenrolado. Quando é necessário o cabôclo aprende a ser inteligente". É a velha máxima funcionando: a necessidade é mãe da invenção.
Até 90, Maciel Melo era apenas compositor, achando-se muito tímido para subir num palco e enfrentar o público: "Aí aconteceu um festival de MPB na TV Record, e participei como intérprete cantando um maracatu de Walmar", lembra. Com nome firmado no universo do forró, na sua e na voz de vários artistas, Maciel Melo diz que por mais estilos ou gêneros pelos quais possa enveredar ele continuará sempre um cantador: "Nunca vou abandonar este vínculo que tenho com a música de Elomar, Xangai, gosto mesmo é de boa poesia, não desta coisa banal que domina o mercado", confessa, mostrando que o Sina de Cantador, é mais que um título de um dos seus cds.
Nos discos seguintes (sem contar o da SomZoom), contratado pela Velas, ele assumiu o forró em Janelas (a faixa título é uma parceria com Anchieta Dali), de 96. No próximo, Retinas, de 97, mostrou facetas mais urbanas de sua obra: "Quando vi que a gravadora não ia lançar o CD a tempo para São João, tava dando prioridade ao de Dominguinhos, com músicas de Luiz Gonzaga, eu decidi incluir coisas minhas que não teriam muita chance de serem gravadas, frevos, outros estilos". Sina de Cantador tem repertório formado basicamente por xotes à moda antiga, intercalado por uma toada em que homenageia sua cidade natal, e um choro, gênero esquecido pelos forrozeiros, mas que sempre esteve presente em trabalhos de gente como Abdias ou Jackson do Pandeiro, só que um choro de sotaque nordestino, costurado por um oito-baixos.
No próximo CD, Feira de Sonhos, (que saiu independente, com patrocínio da Telpe), Maciel Melo voltou à música de sua infância, inicialmente apreendida nos acordes do sanfoneiro Heleno Louro, seu pai: "Vou fazer um trabalho acústico, ainda mais pé-de-serra, sem nada de teclado, guitarra, na base da sanfona, violão, cavaquinho, rabeca. É a vantagem de não estar ligado a uma grande gravadora, onde os caras dizem o que interessa ou não a eles". Como exemplo, Maciel Melo cita o novo CD de Elba Ramalho, para quem enviou quatro composições, mas ela só teve direito a incluir uma, ou o recém-lançado Nas Costas do Brasil, de Dominguinhos; "Eu fiz uma música especialmente para ele, mas a Velas queria fazer um disco com seus sucessos, e acabei sobrando."
Quando a TV Jornal decidiu por no ar um programa dedicado ao forró, o Pé-de Serra, fez o convite a Maciel Melo. Sem tempo de ocupar-se com mais uma atividade, ele indicou o poeta sertanejo Zeto. Quatro anos depois, ele ficou à frente do Pé-de-Serra: "É uma experiência diferente, no começo senti um pouco de dificuldades, mas já tô desenrolado. Quando é necessário o cabôclo aprende a ser inteligente". É a velha máxima funcionando: a necessidade é mãe da invenção.
Até 90, Maciel Melo era apenas compositor, achando-se muito tímido para subir num palco e enfrentar o público: "Aí aconteceu um festival de MPB na TV Record, e participei como intérprete cantando um maracatu de Walmar", lembra. Com nome firmado no universo do forró, na sua e na voz de vários artistas, Maciel Melo diz que por mais estilos ou gêneros pelos quais possa enveredar ele continuará sempre um cantador: "Nunca vou abandonar este vínculo que tenho com a música de Elomar, Xangai, gosto mesmo é de boa poesia, não desta coisa banal que domina o mercado", confessa, mostrando que o Sina de Cantador, é mais que um título de um dos seus cds.
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