Provavelmente originário da África, o jumento (Equus asinus), é um dos animais que mais se adaptaram ao semi-árido nordestino, se alimenta até de cactáceas, é capaz de ficar sem beber água por um longo tempo, podendo perder até um quarto do seu peso por desidratação. É muito utilizado para tração, oferecendo uma alternativa no transporte de carga e passageiros nas classes menos favorecidas. Inspirado nas qualidades deste animal, o poeta cearense José Clementino, fez uma homenagem ao jumento na composição “Apologia ao Jumento”, a música ficou imortalizada na voz do saudoso Luiz Gonzaga.
Entretanto, a sua criação extensiva vem representando um grande perigo aos motoristas das rodovias estaduais e federais da sub-região sertaneja. É alarmante o número de acidentes automobilísticos provocados pelo grande número destes animais nas estradas. A ausência de cercas nas várias propriedades próximas as rodovias, permitem que equinos, além do gado bovino, caprinos e outros circulem livremente e acessem as estradas.
Este é um problema antigo no acesso aos municípios sertanejos, porém, é tratado com descaso pelas autoridades competentes. Fico imaginando o porquê da ausência dos mecanismos federal, estadual e municipal na busca por soluções para minimizar e resolver este problema. Quantos acidentes, quantas vítimas ainda serão necessárias para que possamos finalmente ter animais e condutores de veículos automotores em segurança no tráfego das estradas?