quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Energia nuclear no Sertão


Energia nuclear no Sertão
Edição de sábado, 20 de novembro de 2010
Belém do São Francisco é a cidade apontada para abrigar usinas, caso Pernambuco seja local escolhido
Belém do São Francisco é a cidade escolhida para abrigar as duas usinas nucleares previstas para o Nordeste, caso sejam instaladas em Pernambuco. O município, que está a 486 km do Recife, foi considerado excelente para a atividade pela comissão da Eletronuclear, estatal responsável pela construção das usinas. As duas usinas representam investimentos de R$ 12 bilhões e 1,6 mil empregos. O resultado parcial dos estudos para identificação dos possíveis locais de instalação foi apresentado ontem durante o 3º Congresso de Direito da Energia (Energycon III), no Golden Tulip Recife Palace.

Como já indica o nome da cidade, a proximidade com o Rio São Francisco foi fundamental para a escolha. É preciso estar próximo do litoral ou de rios, por conta da utilização da água para resfriamento dos reatores. Apesar do projeto inicial ser de apenas duas usinas, um dos requisitos era encontrar uma área com capacidade para abarcar até seis usinas, de 7 a 10 km2, o dobro do complexode Angra.

Belém do São Francisco possui um terreno disponível nessas dimensões, com duas vantagens adicionais, segundo Carlos Henrique Mariz, assistente da presidência da Eletronuclear e responsável pelo escritório da estatal no Recife. Uma é que a área pertence a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) - ou seja, não haverá problemas para desapropriação da área, já que é propriedade do governo federal. Além disso, o local está a mais de 10 km do vilarejo mais próximo. Isso é quase o dobro da distância mínima exigida para municípios com até 25 mil habitantes (Belém do São Francisco tem 22 mil), que é de 6 km.

A cidade está próxima de centros urbanos, tem universidade e escolas técnicas. ´Isso facilita na formação de mão de obra`, diz Mariz. Por estar próxima ao complexo de Paulo Afonso, a cidade possui boa infraestrutura rodoviária e de linhas de transmissão.

Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/11/20/economia14_0.asp