quarta-feira, 15 de setembro de 2010

PERNAMBUCO - Cultura e Identidade - O que a escola tem a ver com isso?

Com o tema Pernambuco - Cultura e Identidade - "O que a escola tem a ver com isso?", a Escola Estadual Monsenhor João Pires - realizou neste mês de setembro o Folclore 2010 - o público presente pode conferir atavés da música, teatro, dança, literatura a força da cultura pernambucana nos trabalhos apresentados pelos alunos sob a orientação dos professores e gestão escolar.

domingo, 5 de setembro de 2010

EXPOSIÇÃO DE PINTURA - CARLOS PINTO



Neste 7 de setembro de 2010, no Centro Cultural de Belém do São Francisco-PE, haverá uma exposição de pintura do artista plástico Carlos Pinto com o tema "TUDO QUE AJUDA A GENTE A SER MAIS BRASILEIRO.

O CINEMA PERNAMBUCANO

O surgimento do cinema se deu no século XVIII. A técnica foi desenvolvida no cenário da fotografia, que há muito tempo já existia, a partir de uma combinação de lanterna mágica com imagens fixas de filmes sem movimento e que era considerada a invenção do século. Desde a invenção do cinema, diversos cientistas contribuíram com suas experiências e inovações para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da película fotográfica. O belga Joseph-Antoine Plateau, em 1824, inventou um aparelho que provocava a ilusão do movimento. Depois surgiram aparelhos semelhantes, que funcionavam com desenhos e fotografia. Porém, os primeiros a fazer e projetar filmes (fotografia animada) foram os irmãos franceses Louis e Auguste Lumière em 1895. Entretanto, foi só a partir de 1908, com o trabalho do norte americano David Griffth e a utilização do jogo de câmeras, luz, o efeito claro-escuro e os movimentos das imagens nas telas, que o cinema passou a ser reconhecido como arte cinematográfica, madura e independente. Sendo denominada de Sétima Arte. Até 1927, os filmes eram mudos. Era comum os cinemas contratarem pianistas para executar um fundo musical durante toda a projeção. O primeiro filme sonoro, O cantor de jazz, foi realizado nos Estados Unidos por Alan Crosland. No início da década de 1920, o cinema mudo invade as principais capitais brasileiras como o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e o Recife, através do movimento nacional pró-cinema, promovido pela publicidade das revistas Para Todos e Selecta, que na época eram os maiores veículos de comunicação de massa. Na fase pioneira do cinema brasileiro surgiram os ciclos regionais, que eram movimentos anti-estrangeirismos. Os filmes eram produzidos a partir da realidade sociocultural do povo brasileiro. Desses ciclos o que mais produziu foi o de Pernambuco. A história do cinema pernambucano, iniciada em 1922, foi marcada por dois momentos importantes para o cinema regionalista brasileiro. O primeiro foi o chamado Ciclo do Recife, na década de 20, e o segundo foi o movimento Super 8, na década de 70, cujos documentários se encontram sob a guarda da Coordenação de Som, Imagem e Microfilmes da Fundação Joaquim Nabuco. O Ciclo do Recife foi um dos mais importantes e mais movimentados do cinema mudo regionalista, durando cerca de nove anos. Reuniu inúmeros jovens, de diversas categorias profissionais, que dividiam o tempo entre a profissão e a arte de fazer cinema. Destacaram-se, nesta fase áurea os jovens: Edson Chagas, Gentil Roiz, Ary Severo e Jota Soares, que se uniram em favor do resgate da memória nacional, porque até então os filmes que chegavam ao Brasil e faziam sucesso no mundo inteiro eram os norte- americanos, totalmente dissociados do contexto da sociedade brasileira. Nesta época, registrou-se a maior produção de filmes de longa-metragem e documentários genuinamente brasileiros, baseados em temas do cotidiano da sociedade recifense como: Retribuição; Aitaré da Praia; Um dia na fazenda; Um ato de humanidade; Jurando vingar; Filho sem mãe; Grandezas de Pernambuco; Histórias de uma alma; Herói do século vinte; A filha do advogado; Sangue de irmãos; Reveses, dança, amor e ventura; Destino das rosas; No cenário da vida entre outros. Retribuição foi o primeiro filme de enredo realizado em Pernambuco, em 1924-1925, escrito por Gentil Roiz, baseado no tema de bandido, mocinha, mina e muita confusão. Dirigido pela equipe de Barreto Junior, Almery Steves, Eronides Andrade e produzido pela Aurora Filmes. Outro filme que merece destaque no Ciclo do Recife é Aitaré da Praia, também produzido pela Aurora Filmes, baseado num tema regional sobre jangadeiros, considerado o melhor e mais bem acabado filme em 35mm. Teve a mais elogiada equipe de protagonistas composta por Ary Severo, Jota Soares, Rilda Fernandes, Almery Steves e direção de Gentil Roiz, considerado o melhor diretor. No boom do Ciclo do Recife foram fundadas diversas produtoras de cinema como a Aurora Filmes, que foi a primeira produtora de fitas de enredo do Nordeste, com sede à Rua de São João, no bairro de São José, no Recife, a Olinda Filmes e a Vera Cruz, entre outras. Foram construídas também muitas salas de projeção, destinadas à exibição dos filmes mudos da década de 1920, como o cinema do Parque, o Moderno, o Helvética, o Royal, o Pathé. O Royal, que funcionava na Rua Nova, nº 47, foi, no entanto, o destaque da década. Tornou-se o templo sagrado do romantismo do cinema mudo de Pernambuco, porque o seu proprietário, Joaquim Matos, a cada lançamento de um novo filme pernambucano, fazia questão de enfeitá-la com bandeirolas e folhas de canela para atrair o público recifense. Apesar da grande repercussão nacional do cinema mudo, em 1931, oCiclo do Recife, começou sua decadência, devido a diversos fatores como o econômico, a competitividade do mercado cinematográfico e o surgimento do cinema sonoro de origem norte americana. Este último foi o que mais contribuiu para a falência, não somente do cinema pernambucano, mas do cinema brasileiro. Mesmo com a falência deflagrada, um grupo de cineastas ainda conseguiu realizar o último filme do heróico Ciclo do Recife, Cenário da vida, de Jota Soares e Mário Furtado de Mendonça. No período compreendido entre 1931 e 1969, o cinema pernambucano teve uma baixa considerável na produção de filmes 35mm, mas conseguiu realizar o primeiro filme sonoro, O coelho sai, escrito por Newton Paiva e Firmo Neto, cuja cópia foi destruída num incêndio. Outros filmes produzidos neste intervalo foram documentários com temas antropológicos, patrocinados pelo Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais e dirigidos pelos pesquisadores franceses, Arnaldo Laroche e Romain Lesage. Além desses documentários foram realizados outros dois longa-metragem: as adaptações da peça teatral o Auto da compadecida deAriano Suassuna e do poema Morte e vida Severina de João Cabral de Mello Neto, em filmes de 35mm. Na década de 1970, o mercado internacional faz o lançamento de mais uma inovação, a bitola do Super-8, que revolucionou o mundo internacional do cinema. O Ciclo do Super-8 começou no Recife em 1973, através de um movimento tão importante quanto o Ciclo do Recife, mas com o detalhe de ser um cinema inovador de cunho nacionalista, como o desejavam os superoitistas que dele participaram. Outra característica deste movimento foi o seu limitado espaço de existência, que se restringiu aos Festivais Nacionais de Curta Metragem realizados nas capitais brasileiras. O Primeiro Festival Nacional de Filme Super-8, aconteceu em Curitiba no mês de abril de 1974. Entre os 64 filmes concorrentes, quatro deles eram pernambucanos: Caboclinhos do Recife (Fernando Spencer); Bajado, um artista de Olinda (Fernando Spencer e Celso Marconi); Agórgona doméstica e Vaquejada (Athos Cardoso e Osman Godoy). Apesar da curta duração do Super 8, Pernambuco teve participação ativa nos filmes de curta metragem. E a maior contribuição aconteceu nos festivais realizados em 1977, 1978 e 1979. Entre os superoitistas pernambucanos que merecem elogios pelo bom desempenho na cinematografia pernambucana estão Jomar Muniz de Brito, Geneton Moraes Neto, Fernando Spencer, Celso Marconi, Walderes Soares, Paulo Menelau e muitos outros. Porém Fernando Spencer foi considerado o maior produtor e incentivador do Grupo Super 8, com cerca de 36 filmes documentários baseados em temas de manifestações culturais pernambucana. O que realmente ficou registrado na história do cinema pernambucano, foi a forte tendência nacionalista e libertadora, gerada no seio da sociedade pela mobilização de grupos de pessoas que viveram em épocas distintas e que, apesar das dificuldades técnicas, econômicas e políticas, conseguiram ultrapassar essas barreiras e mostrar através da arte cinematográfica a autêntica cultura popular nordestina. As produções posteriores a esses ciclos são impulsionadas pelo mesmo sentimento libertário, buscando os mesmos objetivos, cujo compromisso é o resgate da cultura sem perder as raízes, construindo uma visão multicultural, aberta e contemporânea.

Fonte: http://basilio.fundaj.gov.br